O dia que Stephen Hawking se apaixonou

Publicado em 2 de fevereiro de 2015


Vim aqui falar de amor. 'A Teoria de Tudo', filme que conta um pouco da história de Stephen Hawking, tá em cartaz nos cinemas e é um grande concorrente ao Oscar desse ano. E isso você já sabe. Mas vim aqui colocar a minha visão do filme.

Desde pequena eu ouço falar do gênio que anda na cadeira de rodas. Era assim que a minha mãe falava dele, pelo menos. Só que, assim como a Jane Hawking, eu fazia parte de uma religião que, obviamente, acreditava em Deus. Logo, apesar de inteligentíssimo, Hawking era "do mal". O tempo passou e eu nunca procurei saber mais dele, admito. Até o dia que conheci um amigo querido que me "apresentou" ao Stephen Hawking. Fã declarado, ele me explicou a teoria do Big Bang, alguns hábitos conhecidos dele, o seu jeito irônico, o seu lado garanhão sem limites, como ele gosta de fazer gracinhas e aparecer em filmes, montagens, etc. E, por causa desse meu amigo, eu me tornei fã do gênio. Mas por causa de como ele me foi apresentado, a ideia que eu sempre tive do Stephen é que ele era aquele ser impessoal e inatingível. Digno de admiração, claro, mas ainda assim longe de ser "gente como a gente".

E daí eu assisti ao filme. Eu até já mostrei aqui que o próprio Hawking se mostrou emocionado e adjetivou o filme como "espetacular". Em entrevistas, ele disse que parecia que era ele mesmo ali no filme. E isso, pra mim, foi de grande influência ao ver 'A Teoria de Tudo'. Significou (de novo, pra mim) que eu podia acreditar na sensibilidade que tava sendo passada ali. Que um homem com uma capacidade intelectual daquela não era um ser inatingível. Que o fato de ele não acreditar em Deus de forma alguma o tornava pior. Pelo contrário até! Foi por não ter as limitações de acreditar em um criador que ele conseguiu criar as teorias dele. Mas isso é outro assunto. Como eu falei no início, eu vim aqui pra falar de amor.

Stephen Hawking amou. Ele pode ter sido o garanhão que for depois, mas a Jane ele amou. Profunda e respeitosamente. O cara tem um QI elevadíssimo, descobriu uma doença filha da mãe, recebeu a notícia de que teria 2 anos de vida e… amou. Ele não teve medo, uma vez que foi convencido de que não teria como fugir daquele sentimento que já tava dentro dele. E por que esse assunto agora? Porque ele, mais do que ninguém, entende o sentido de que "a vida é curta". Aí você pode me dizer: "Claro que não! O cara tinha 2 anos de vida e tá vivo até hoje. É lógico que ele não pensa assim." Ok, mas tenta olhar por outro ângulo: enquanto aqueles 2 anos não se completavam, como você acha que ele vivia? O que você acha que ele pensava? Será que não passava a ideia de "viver o máximo que eu puder porque eu tenho pouco tempo de vida"? E ainda assim, ele amou.

A teoria que eu levo do filme é essa, enquanto eu puder, vou viver tudo o que tiver direito.

E eu vou limpar os meus óculos, porque, segundo Hawking, "enquanto há vida, há esperança".

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